Violação
Uma mão, como mordaça,
abafa qualquer pedido.
Todo o esforço fracassa
e algum grito é só gemido.
Os olhos vitrificados,
(adjetivados pelo medo)
na parede descansados,
forçam a fuga deste enredo.
E, para que servem, as mãos?
Para tremer e nada mais.
Depois de tantos nãos,
crispam-se os dedos em ais.
E agora, minha querida,
leva contigo esta eterna ferida.
Pintura de Sarah Joncas
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