terça-feira, 21 de setembro de 2010

Segunda Ausência


Pensei estar certo do que eu sentia.
Pensei saber o que significas.
Pensei que suportaria...
Como não estar em agonia
se comigo não fornicas?

sábado, 4 de setembro de 2010

Sonho de um fingidor


Passados os primeiros minutos do novo dia
vou te encontrar no teu mundo.
Mas não espero por ti
porque sei que neste mundo o imprevisível é o alicerce.
Vago... vago...
Te encontro?

...

Te vejo nascer...
Brotas como uma das mais belas flores.
Nasces, e começas a me falar, a recitar, a contar...
E teu falar me leva, me emociona, me cativa.
Me faz chorar, sorrir, refletir, me faz ser eu.

Olho para ti e percebo que aqui eu não existo
porque sinto que tu és eu e que eu sou tu... que sou metade.
Metade fisicamente dividida, não psicologicamente dividida.

E tu me falas. Mas não falas pra mim porque não me vês.
Já disse que não existo.
Mas eu te ouço. E posso até deitar-me no chão de areia
e apoiar, nas mãos, o queixo, como uma criança a ouvir histórias.
E tuas palavras me fazem flutuar...

Começas uma das falas mais lindas.
Me falas daquele que te plantou aqui.
E, no final de tua fala, ele fenece
levando consigo a semente que plantara.

Não compreendi o motivo.
E ainda não entendi...

Vejo-te perdendo a cor, a cabeça baixa e tranquila
e correm lágrimas num rosto já amarelado...
Os braços pendem e a cabeça se inclina para trás.
Tua pele escurece...

O útero que te deu a vida te reclama
e começa a consumir-te...
Eu estou inerte...

Só agora, quando teu mundo me devolve os movimentos
é que corro, em vão, em tua direção
e começo a escavar, escavar...
Onde estás?

...

Volto ao meu mundo e
tento lembrar de tudo que me falaste.
Mas, só tento e não lembro...
Só recordo-me de uma coisa:
que tu estás em mim.
Não esqueci que somos um...
Fisicamente ou psicologicamente divididos?

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