domingo, 25 de abril de 2010

Assassínio


Então, no peito, a solidão explode.
Enchendo-se de lágrimas cinzentas,
Desesperado, o coração não pode
Suportar este mundo de tormentas.

E os muros ficam cada vez mais altos,
Formando uma cúpula ao meu redor.
Meus olhos escuros como basaltos,
Trancados em um inferno sem dó.

Vivendo onde o tudo se torna nada.
Sem visão, sem destino, sem um norte...
Dentro, em mim, eternamente calada

Tenta gritar aquela voz de morte.
Por ti, indiretamente, sussurrada
Até que o coração não mais suporte.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Horrorizonte


Noto a nuvem opaca, rubra
Como mancha de sangue frio,
Na pele morta e macilenta
Deste céu fúnebre, sem brio.

Cobertor de desilusões
Ao longe, me abraçar, tentando:
Uma nuvem de encontro ao chão
De aspecto sórdido e nefando.

A linha tênue que separa
Este eu mesmo daqueles eus,
Como um corte em pele viva,
Traz o depois aos olhos meus.

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