quarta-feira, 31 de março de 2010

Cultivo um jardim de dores


Cultivo um jardim de dores,
Onde não existem cores.
Inundam-no tantas flores
Sem perfumes. Só odores.

Porém, nelas há um belo.
E todas no mesmo elo
Entoam um som singelo
Como golpes de martelo.

Os golpes estão escritos.
Por vários olhos são vistos
Os sentimentos aflitos

Nascidos não de conflitos
Mas, por querer do jardim
Que cresce dentro de mim.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Recordações


Lembro-me dos insultos.
Lembro-me da ausência de amigos.
Da inocência pintada de culpa.
Da surra por não saber.
Do medo de iniciar o futuro.

Lembro-me dos falsos amigos.
Lembro-me da solidão.
Lembro-me da auto-condenação.
Do esconder-se à sombra da cruz.
De achar que amo, que sou "normal".

Lembro-me de estar errado.
Lembro-me do inevitável.
Lembro-me de estar perturbado.
Do choro suicida.
Do ódio contra a face escura.

Lembro-me da compreensão.
Lembro-me do aceitar.
Lembro de ir em frente,
Lembro de recomeçar,
E, finalmente, lembrei de viver.

Eu quis alguém


Tudo o que eu quis foi gostar de alguém.
Eu quis gostar de alguém!
Tudo foi gostar de alguém...
O que eu quis de alguém?
Tudo foi gostar.
Tudo foi alguém...
Eu quis alguém...

Alguém foi gostar de tudo o que eu quis?
...
Alguém foi tudo o que eu quis.
Eu quis...!
Eu errei!
Eu quis gostar.

E esqueci de querer que alguém gostasse.
Que alguém gostasse...
Gostasse de mim!

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