domingo, 31 de agosto de 2014

A Janela e o Vento


A Janela ficava aberta
para que o libidinoso Vento,
rápido e sempre alerta,
não desperdiçasse o momento.

Ele tocava-lhe as pernas,
arrancava-lhe um suspiro...
Cantava frases eternas
lambia o pescoço como um vampiro.

O corpo era todo entregue
ao invisível amante.
E, mesmo que não alegue,
ela o queria a todo instante.

A satisfação não era tê-lo,
não era dar-se completamente.
Era despedir-se com um apelo:
- Amanhã, não se faça ausente.

Pintura de Edward Hopper

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