Desde o meu início, tua sombra me espreita;
teu olhar me persegue sempre faminto e paciente;
teu olhar me persegue sempre faminto e paciente;
teu existir, para mim, tornou-se claro e convincente
na tua função, uma incansável e letal colheita.
Passei anos, usufruindo da tua macabra piedade;
fugindo, inutilmente, dos teus olhos vagarosos,
mesmo sabendo que os meus, assim tão medrosos,
serão fechados pela escuridão da tua vontade.
Hoje, não vejo mais os teus olhos perseguidores.
Sinto em minhas costas, subir a tua língua fria
e, em seguida, com um sussurro que me arrepia,
ouço, sem muito medo, uma saudação sem cores...
Pintura de Arnold Bocklin
Me senti sendo observada enquanto lia kkkk q sensação incrível. Amei
ResponderExcluirNossa! Lembrei daquele trecho do "Conto dos três irmãos" nos últimos versos: "e aceitou a morte como uma velha amiga".
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